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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

TRANSTORNOS NEUROLÓGICOS



TRANSTORNOS NEUROLÓGICOS
EPILEPSIA
01. Conceito: A epilepsia é uma desordem cerebral na qual os neurônios algumas vezes sinalizam de forma anormal. Na epilepsia o padrão normal da atividade neural fica perturbado, causando estranhas sensações emoções e comportamentos. Algumas vezes a pessoa com epilepsia tem convulsões, espasmos musculares e perda de consciência.
Na verdade, é uma síndrome, ou seja, um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam determinada condição e indicam que, por algum motivo, um agrupamento de células cerebrais se comporta de maneira hiperexcitável.
Isso pode gerar manifestações clínicas, ou seja, crises epiléticas parciais (se os sinais elétricos estão desorganizados em apenas um dos hemisférios cerebrais), ou totais (se essa desorganização ocorrer nos dois hemisférios). Na grande maioria dos casos, as crises desaparecem espontaneamente, mas a tendência é que se repitam de tempos em tempos.

02. Diagnóstico: Para caracterizar a epilepsia, é indispensável haver recorrência espontânea das crises com intervalo de no mínimo 24 horas entre elas. Um episódio único não é indicativo da síndrome. Ouvir a história do paciente e o relato das pessoas que presenciaram a crise também ajuda a determinar o diagnóstico. Além disso, é preciso certificar-se de que não existe nenhum fator precipitante da crise, seja tóxico, seja provocado por alguma outra doença.
03. Prognóstico: A maioria das pessoas com epilepsia aparenta levar uma vida normal. Ainda que a epilepsia atualmente não tenha cura definitiva, em algumas pessoas ela eventualmente desaparece. A maioria dos ataques epiléticos não causa lesão cerebral. Não é incomum que pessoas com epilepsia, especialmente crianças, desenvolvam problemas emocionais e de comportamento. Para muitas pessoas com epilepsia o risco de ataques epiléticos restringe sua independência. A maioria das mulheres com epilepsia pode ficar grávida, mas deve discutir com o médico sobre sua doença e medicamentos tomados.

04. Causas: A epilepsia é uma desordem com várias causas possíveis, qualquer coisa que perturbe o padrão normal de atividade neural - desde doença até lesão cerebral e desenvolvimento cerebral anormal - pode ocasioná-la. A epilepsia também pode desenvolver-se devido a anormalidade na eletricidade no cérebro, desequilíbrio nos neurotransmissores ou alguma combinação desses fatores. 
05. Tratamento: O tratamento da epilepsia é indicado apenas a partir da segunda crise. O uso da medicação tem o objetivo de bloquear as crises, eliminando a atividade anormal do cérebro, a fim de assegurar boa qualidade de vida para o paciente.
Antigamente se acreditava que a associação de vários remédios ajudaria a obter melhores resultados, mas ficou provado que esse tipo de conduta é inadequado porque favorece o acúmulo dos efeitos colaterais.
O sucesso do tratamento depende fundamentalmente do paciente que precisa fazer uso regular da medicação por algum tempo, não necessariamente por toda a vida. Ele precisa entender sua condição, saber que medicação está usando e quais são seus efeitos colaterais.
Enquanto toma o remédio – um só – que é fornecido pelo Ministério da Saúde ou pela Unidade Básica de Saúde, é importante manter o acompanhamento médico regular para controle.
06. Cuidados de Enfermagem:
Avaliação inicial:
A anamnese deve incluir:
História familiar de crises;
História perinatal (para as crises iniciadas na infância);
Doenças da infância;
Idade do início das crises;
História de traumatismo craniano;
Infecções do sistema nervoso central;
Tumores do sistema nervoso central;
AV C;
Fatores precipitantes, como falta de sono, ingestão de álcool, stress emocional;
·        Duração da crise;
·        Duração do período de recuperação e comportamento durante esta fase;
·        Incidência de incontinência;
·        Frequência das crises (se mais do que uma) e intervalo entre elas;
Devemos lembrar também aos familiares do cliente epiléptico que existem fatores como o stress, falta de sono, aborrecimentos, álcool, drogas, e a não utilização dos medicamentos prescritos são fatores desencadeantes de crises convulsivas.

Cuidados durante uma crise:
·  Posicionamento correto do doente durante a crise convulsiva (Posicionamento em decúbito lateral para facilitar a drenagem da saliva e evitar aspiração).  
·        Evitar entrar em pânico, proporcionando ao doente um ambiente calmo e seguro.
·        Deve observar e registrar a evolução dos sinais e sintomas na crise e não realizar qualquer tentativa para restringir a movimentação do doente, já que tal procedimento pode causar-lhe  lesões.
·        Importante registrar o início e duração da crise, onde começaram os movimentos ou se a postura é de rigidez, posição dos globos oculares e desvio da cabeça, tamanho das pupilas, avaliar o estado de consciência e verificar se houve incontinência de esfíncteres e se após a crise verificar se há confusão, paralisia ou fraqueza muscular.
·        Pedir ajuda quando o ataque epiléptico se prolonga durante muito tempo, ou as convulsões são repetidas e diferentes de outras vezes, deve recorrer com urgência ao Hospital.
·        Durante uma crise convulsiva o principal objetivo é prevenir traumatismos físicos ou psicológicos ao doente.
·        Posicionar o doente em decúbito lateral com a cabeça ligeiramente fletida para a frente,permitindo a projeção da língua para evitar mordeduras.
·        Manter as vias aéreas desobstruídas, durante a convulsão pode haver suspensão da respiração, se for necessário administrar oxigênio. Deve proporcionar-se privacidade e conforto ao doente; 
Fonte:
SILVA JF Filho. A medicina, a psiquiatria e a doença mental. In: Tundis SA, Costa NR, organizadores. Cidadania e loucura: políticas de saúde mental no Brasil. Rio de Janeiro (RJ): Vozes; 1994. p. 86.        

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